segunda-feira, 6 de outubro de 2008

F E L I C I D A D E






Felicidade destino, escolha ou pura sorte ?

Um enigma para ser desvendado ?

Um mistério a ser descortinado apenas para alguns ?

Um breve instante ou uma longa caminhada em direção a nós mesmos ?

Ah ! essa felicidade razão de todas as buscas humanas, mesmo que alguns digam que não, a verdade é que sempre estamos construindo , lutando, idealizando e amando na esperança de sermos felizes.

Afinal o que é felicidade ?

Desde as clássicas proposições filosóficas até os manuais de auto-ajuda e pesquisas científicas, a verdade é que ainda buscamos uma resposta definitiva e satisfatória para esta pergunta.
Definitiva ?


Será que esta neurose de buscar o definitivo, o eterno, de ter controle sobre tudo não é uma das razões da infelicidade ?

Nos vemos ás voltas com uma inquietante sensação de que falta algo para a felicidade ser completa.

Hoje quando tudo se transforma rapidamente, são imagens, cores, sons, sabores, tudo para estimular nossos apetites, somos presas fáceis para os caçadores ávidos em ampliarem seus mercados.

Satisfazemos um desejo agora e por isso nos sentimos felizes, mas logo vem uma sensação estranha, um vazio e novamente incompletos.

Talvez seja porque a ¨ falta¨ seja a de ¨ser¨como afirmava Jacques Lacan,psicanalista francês.

Paulo Freire dizia que somos seres inconclusos, estamos sempre nos tornando a partir de novos saberes, novas experiências, novos encontros.

Então como acalmar esta inquietante falta, que nos faz antes de qualquer outra coisa sujeitos que vivem em estado de excitação contínua entre prazer e desprazer?

Ao nascermos acontece a primeira grande ruptura em nossa caminhada.

Somos atravessados pelo cordão que nos une a um lugar seguro, acolhedor e quente.

Nossa mãe, nosso amparo, nosso lugar até então do existir.

A partir daí vamos buscar pela vida a fora este lugar de plenitude, unidade e amorosidade.

No útero que nos acolhe respiramos eternidade.

Carregamos em nós a angústia, o mal-estar desta separação, deste não pertencimento, nasce o desejo, algo demasiadamente humano, da ordem do símbolo, queremos o preenchimento, a plenitude.

Desejamos o olhar do outro, o seu amor e o seu reconhecimento.

Somos seres de pertencimento, de relações, simples... nem tanto, na ânsia
de atendermos nossas necessidades e realizar desejos esquecemos do que é essencial e corremos atrás dos acessórios. E você, está feliz ?





¨Esse homem encontrou a felicidade ao descobrir o tesouro de Príamo, o que prova que a realização de um desejo infantil é o único capaz de proporcionar a felicidade¨. - FREUD




Conceição Cavalcanti
Leitor do Futuro - DP 04-10-2008

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