Há em minha vida um rumo,
um norte,
de sorte que meus sonhos são planos traçados.
E nos traços que descrevo meus versos,
como um arquiteto inquieto
que ergue suas estruturas
construo meu castelo de figuras e sigo em frente.
Displicente que sou ,
dispenso o mestre de obras
e com as sobras de argamassa
torno parede sólida
a fumaça dos sonhos do dia a dia.
E, assim faço minha poesia,
dos meus planos que são sonhos
e não me oponho aos fatos,
apenas remodelo-os como criança caprichosa,
como o espinho que antecipa a rosa.
Mauro Gouvea
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