sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Amélia de hoje







Amélia que era mulher de verdade.
Eu sou apenas uma mulher.
E gostaria de reinvindicar o direito de sê-lo.
Sou vaidosa.
Uso baton para dar cor à minha vida.
Maquiagem para parecer mais bonita.
Não faço tudo com perfeição; alguns fios de cabelo branco,
apesar de todas
as tentativas para evitá-los, aparecem.

Uso cremes pra retardar o envelhecimento e se à noite tenho dor de cabeça é porque estou cansada.
Nem sempre estou disposta e pronta para cometer erros.
Me engano, como qualquer outro ser humano.
Gosto de roupas, sapatos, jóias, perfumes e flores.

Um minuto de atenção me faz ganhar todo o dia.
Sou sensível, fraca, frágil.
Sou forte quando preciso.
Minha única busca: o amor e tudo o que dele resulta: crianças, trabalho, dia-a-dia e felicidade.
Mas vou além: quero segurança, andar de mãos dadas, ser pega no colo e ser chamada de rainha.
Minhas lágrimas me traem quando menos espero.
E desespero.
Detesto a solidão, a falta de atenção.
Sou impaciente e não gosto de esperar.
Não quero ser objeto e nem ter dono.
Sou capaz ´por mim mesma, amando, de se entregar de todo e ser fiel.
Sem amarras, simplesmente por amor.
Posso ferir como todas as rosas.
Mas perfumo também, dou encanto.
Ilumino o amor como só as mulheres sabem fazer.

Compenso, se assim posso dizer.
Há sempre um preço para a felicidade tocar nela é aceitar pagar esse preço.
Sou uma Amélia dos tempos modernos.
Mais independente, sabendo o que quer.
E o que quero é ser eu mesma.

Letícia Thompson

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