P R O C U R A

P R OC U R A

Nunca tive um amor.

E como me esforcei para conquistar alguém.

Isso não foi permitido.

Apenas, enganos, personagens que preenchiam meus dias.

Para que imperdir alguém em ser amada ?

Tornando, esse alguém, prisioneiro, mesmo sem querer.

Jamais, tive alguém em exclusiva parceria.

Que fossemos cúmplices verdadeiros e leais.

Contando suas intensões e vivenciando situações, sem esconder a realidade.

Nunca senti em alguém...

Uma grande amizade, daquelas que fazem dois, germinarem-se em um só.

Houveram colegas de trabalho, conhecidos de escola, vizinhos, parentes...etc. Porém, nenhum comportou-se com o real objetivo de ser verdadeiro e leal.

E, sempre dei abertura para que isso acontecesse.

Tudo me entristecia.

Sentia-me usada, como se todos que na minha vida surgia, não era por acaso.

Vinham como um suporte ou a ¨deixa¨da minha fala, em algum momento do espetáculo da vida.

Tornavam-se amigos ¨num determinado período, de um ¨ciclo ¨, não deixando vínculos. Chegavam, permaneciam algum momento e deixava minha vida.

De nenhum desses restou uma saudade boa, que me desse prazer.

Pois, não havia, vinculo afetivo, apenas, um mero compromisso passageiro.

Em algum momento, estavam querendo usufruir da minha pessoa.

Conferir, comprovar ou não, potencialidades e caráter que duvidavam ter no meu íntimo.

Por isso, sinto um vazio imensurável do legítimo amigo.

Alguém que pode-se confiar de verdade. Que me respeite, apesar das falhas. Falhas ? Sou máquina ou sou gente...?

Que se importe comigo apesar das minhas fraquezas , medos e inseguranças. Que me respeite, juntamente, com todos defeitos. Defeitos ???

Enfim, com erros e acertos me aceitasse e acolhesse, fraternalmente .

Que vazio... que falta sinto de um amigo de verdade !!!!

Procuro desde a infãncia, na adolescencia,
na família, nos vizinhos, no colégio, no marido,
nos filhos .... encontrar um grande amigo.

Porém, ainda, não encontrei, a ¨verdadeira essência¨da

força de um amizade real e concreta. E isto existe !

Não exijo muito das pessoas.

Deixo-as livres para decidirem a convivência.

E, dentre todos aqueles que povoaram meu caminho,
até hoje, não resta vestígio algum de uma amizade duradoura.

Comportam-se como aves que vivem sazonando, espalhando sementes e voando, deixando-as germinar.

Porém, não acompanham essa germinação. Não participam do crescimento daquela vegetação que contribuiu em desenvolver.

Deixa-nos um vazio, uma lacuna enorme.

A natureza não deseja , somente, plantar os frutos.

Necessita daquelas aves e de todos animais que compõem esse habitat, para transformar o ambiente num espetáculo sensível e engrandecedor. Precisam dessa companhia permanentemente.

Apenas, pousar no local, deixa-o vazio e tristonho.

Percebe-se a falta daqueles que têem bons propósitos, sem segundas intensões, nem explorando a natureza produtiva.

Natureza que, somente, necessita reconhecer as
intensões reais e conviver com pessoas verdadeiras e leais.

Rogéria Costa