segunda-feira, 10 de outubro de 2011

REBECA no Pelotão de Ciclístas



A pequena e franzina Rebeca ganhou uma bicicleta!

Um pouco complicado para andar sem ajuda das rodinhas, mas com tardes de treinamento e ajuda do papai, conquistou a liberdade de pedalar e se equilibrar
naquela máquina fantástica.


Um sonho realizado, mais uma superação vencida.

Que bom!

Pedalar para a maioria das pessoas é fácil, porém haviam alguns impecilhos para confiarem em Rebeca, já que era portadora de deficiência física desde os 21 dias de nascida.

Afirmavam:"Ela não será capaz!"

Portanto, tirou de letra...

Não era atleta, contudo se familiarizou perfeitamente ao seu veículo e pedalava bem.

Morava numa comunidade onde meninas e meninos se divertiam pedalando nas tardes de folga.

Todos se conheciam e trocavam diversões e brincadeiras.


Para Rebeca não foi diferente, sem qualquer dificuldade.

Durante as comemorações de 7 de setembro os colégios adjacentes organizavam-se e promoviam o desfile cívico.

Rebeca estuda numa instituição educacional administrada por freiras, o mais importante do seu bairro, e decidiu entrar
no pelotão de ciclístas.

Porém, quando se apresentou no primeiro ensaio
não foi aceita.


O treinador, contratado pelo Colégio, expulsou literalmente a menina, alegando que
"Você não vai participar desse pelotão , pois é aleijada e feia e, asssim, estaria estragar o conjunto".

Rebeca não se deu por vencida, conhecia seu valor.


Ao regressar da escola comentou com a sua mamãe, que conversou com a diretora Irmã Fátima, onde a reintegrou ao pelotão de ciclistas.

No dia oficial do desfile,o treinador põe-se em sua frente, no momento da execução das evoluções, no auge do desfile com barulho de várias bandas.

Rebeca, com sua ingenuidade, ainda gritou para que ele virasse para ela ( ficou de costas ) e saísse da frente.

Mesmo sendo de propósito, aquele homem cínico, vil e
preconceituoso não conseguiu que Rebeca se
emborrachasse no chão.

Ela desequilibrou, saltando da bicicleta e voltando, imediatamnete, para continuar sua evolução.


Rebeca sentiu-se "caindo em pé", porque o treinador não conseguiu que ela se arranha-se ou tivesse uma consequência pior com seu ato infame e cruel.

Deixar uma sequela bem maior, pois Rebeca poderia estigmar-se por ser deficiência e travar um luta constante com a vida, superando, além dos seus , impecilhos externos, para continuar com dignidade.

Destruir, definitivamente, sua auto-estima estimulando-a em sentir-se uma fracassada na vida e não querer vencer.


Foi uma tentativa para que Rebeca senti-se culpada pelo seu defeito físico ,onde perante as colegas, sairia como responsável pelo mal andamento da apresentação e o "indivíduo preconceituoso" alegando-se correto por não
querer a menina participando.

Poderia dizer:
"Eu não disse que ela era aleijada e feia.
Vejam como eu tinha razão !!!!!!!"


Rogéria Costa

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