terça-feira, 18 de maio de 2010

COMENTÁRIO







Tudo parecia natural.

No seu coração infantil não existia lugar para ódio, raiva e desprezo.

Sem pecado, apenas, grandeza literal.

Porém, por muito medo e grande pavor daqueles obscuros momentos e atitudes.

Aprendeu, desde cedo, que servia, somente,para aprovar e obedecer.

Sem opinião própria e legitimidade pessoal.

Era sua contínua obrigação.

Conquista, apenas, de vagos direitos e um imponente conjunto de deveres e sofreguidão.

Nunca podia falar, era tolhida.

Não devia se sujar, era coibida.

Naquele solitário território, vivia na senzala, numa jaula comandada por um genuíno capataz.

Se não fosse a fé e sua própria perseverança,
teria sido anulada definitivamente...


Jamais formaria uma personalidade bravia e capaz.

Constantemente, coagida, repremida, estupidamente constrangida.

Logo, aprendeu o sentido da humildade na
presença da coação... e tolhida de ação.


Não podia errar... sem perdão.

Pecado amar e ser amada.

Nem deveria questionar, seria intrometida, constrangida, abafada, silenciada.

Adolescencia sofrida, mesmo vencendo muitas batalhas.

Perdeu tudo, simbolicamente fraternal.

Menos a coragem, a vontade e a perseverança em recomeçar,conquistar e vencer.

Estava viva e no auge da juventude!

Desabrochou no incauto da imoral perseguição,
da discriminação e do preconceito.

Submetida, por inteira, sem ética, amor e
amizade verdadeira.

Demolindo-se em lágrimas dos seus ideais,
nunca se deixou abater e foi enfrentar um desmerecida guerra.

Guerra no amor para conquistar o respeito
de mulher, esposa e mãe.


Guerra profissional sendo,constantemente
tratada com descompostura, repreensão,
reprimenda verbal.


Apedrejada de broncas, sendo tudo legal.

Porém, não se intimidou na peleja cotidiana.

Enfrentou com dignidade, as injustas dificuldades,

impostas e vencendo-as a medida do possível.

Parecia uma situação sem fim,
diária, durável para sempre; imortal.


Porém, a esperança não a faz coibir de reagir á agressão moral, de dizer o que pensa, de reindivicar.

Aprendeu a conviver com essa paixão forte em responder
contra quem ofende.


Contudo, não desistiu de continuar conquistando
a natureza do seu próprio ser, a sua essência.


E promete esquecer esse passado estúpido, e
todos que dele fizeram parte, numa explosão
de atos negativos e imensuráveis
para quem não mereceu.


Agora, pretende conhecer e conviver com"pessoas realmente do bem", que não se contaminam com idéias e pensamentos tresloucados.

Gente que impulsiona ao crescimento humano
em todos os aspectos,pensando e agindo conforme o amor ao próximo e a verdade para transformar
esse mundo num lugar pacífico de convivência.

E, primordialmente, ser feliz sem prejudicar o semelhante, mesmo quem
o tenha julgado e condenado
- INJUSTAMENTE -

viver inúmeras tristezas e desamores.

Rogéria Costa



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