quarta-feira, 14 de abril de 2010

MANDACARÚ




Lá estava...

Garboso e imponente diante da janela da sala.

O mandacarú ficava ali, mostrando-se as pessoas que passavam na nossa calçada.

Todo florido com imensas flores brancas.

Propositadamente, a natureza havia se incumbido
em florir nosso jardim.

Era noite de Natal.

E diante dos nossos olhos a única árvore
de Natal ao natural.

Pai do Céu havia nos dado de presente aquela maravilha!

O perfume de mato misto ao sereno do luar que
pousava no jardim.

Alegria de avistar uma obra da natureza,
presentada por Deus naquele momento de amor.


Não necessitava de luzes, o luar bastava para embelezar com simpliscidade o belo cacto.

Esse instante sublime destacava-se entre muitos, serenando aquele lugar.

Apesar das rejeições, dos abandonos, intrigas e mentiras... ficou guardado no peito alguns instantes de realeza daquele imponente mandacarú.

Não foi no sertão que vivenciei esse espetáculo.

A alvura daquelas flores contrastavam
com o verdejante e espinhoso arborescente.


Perguntar o motivo de registrar tudo isso?

Só haveria uma resposta ...

Saudade !


Saudade do que não se viveu...!

Saudade daquilo que não se realizou... !

Saudade de sentir-se amada sem ilusão...!

Por isso não quero mais esse passado
de mentira e fantasia...

Resta, apenas, as lembranças da beleza desse momento.


Registrar sentimentos é a tentativa de
imortalizar o que não se pode ser,
mesmo com o possivel e necessário para ter.


Rogéria Costa

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