sábado, 10 de julho de 2010

Apenas um par de sandálias.





Um par de sandálias.

Rôta, velha e bastante usada.

Para completar, tinha serventia á dois.

Diariamente,José chegava atrasado ás aulas.

Há algum tempo atrás,num bairro de
periferia existia uma escola.

E o personagem da nossa história estudava
na 1ª Série do antigo Curso Primário.

Turma de alunos fora de faixa,na sua maioria, não alfabetizados.

Sua professora já havia levado algumas advertências da direção sobre isso.

Mas,pensava ser melhor José assistir aula, mesmo chegando uns minutos atrasado,que voltar e ficar ocioso na rua.

Certamente,sua mãe estaria trabalhando,mas despreocupada pelo filho ter ido as aulas.
.
Depois de algumas semanas acontecendo esse episódio,José relatou a verdade.

E disse:
Professora, sabe por que chego atrasado?

Quando saio de casa, preciso encontrar no caminho meu irmão, que estuda pela manhã.

No meio da rua temos de trocar as sandálias,pois há,apenas,um par de sandálias
para nós dois.

Ele me entrega as sandálias,eu calço e segue para casa com os pés no chão.

Nunca tivemos um calçado só nosso.

Comovida com o relato, a profesora coloca seu aluno na sala , com um gesto carinhoso,e continuou suas atividades.

No outro dia,sigilosamente,trás sapatos
para essas crianças.

Sapatos, semi-novos, que ficaram apertados nos pés dos próprios filhos.

Seu impulso não foi assistencialista,
procurou amenizar um problema
monetâneo e isolado.

Um entrave social.

Diante da simpliscidade e pobreza,aquela família tem muito a nos deixar como
mensagem por esse ato.

Sem nenhuma educação acadêmica,
nutria o amor ao saber,incentivando
os filhos para aprenderem.

Crianças que souberam usar seu livre-arbítrio na discursão em frequentar ou não a escola.

Enquanto, existem tantas oportunidades a quem vive em melhores condições e
não dão valor.

Mas,para os irmãos não havia vergonha,nem derespeito a família.

Única preocupação era aprender, se educar e ascender socialmente.

Ter um futuro melhor que seus pais,
através da educação.

Hoje,talvez, não encontremos nenhum doutor.

Creio,porém que possuem,no mínimo, condição financeira em adquirir dignamente,
seu próprio calçado.

Esse foi um fato verídico!

História de cidadania.


Rogéria Costa

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