terça-feira, 29 de junho de 2010

Água da corrente





Não era essencial

Mover-se de bajulações

Nem recolher-se assim

Não necessitava ser imoral

Enfeitar com ilusões

Um caminho sem fim



Não era preciso amar

Deixasse que o amor verdadeiro

Por ventura fluisse

Sem nenhuma canalhice


Não necessitava

Valorizar o conteúdo

Contudo bastava

Nunca viver a desprestigiar


Não era próprio

Os feitos aplaudir

Porém, deixar os defeitos

O tempo corrigir

Sem brincar com sentimentos

Nem viver de fingimentos

Sem iludir e mentir



Desse modo

Se prossegue e caminha

Nas águas da corrente original

Seguindo seu curso na linha

Amadurece-se sem mal

Dissipando o fuso

Numa trajetória natural

Rogéria Costa

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